terça-feira, 1 de junho de 2010

Governo de Israel ataca a paz

O ataque de tropas israelenses a um comboio de navios que se dirigia à Faixa de Gaza levando ajuda humanitária só merece uma qualificação: terrorismo de Estado. Se estivesse em território israelense, o ataque já seria condenável. Mas o comboio estava em águas internacionais, portanto, não podia sequer ser acusado de invasão. Os navios, nos quais estavam cerca de 700 ativistas de 38 países, voluntários solidários à causa do povo palestino, levavam remédios e gêneros de primeira necessidade à população que vive em situação de calamidade. São 1 milhão e meio de palestinos confinados numa área menor que a Zona Sul. Falta espaço, luz, combustível, água, comida, remédios. Um terço das crianças com menos de 5 anos tem anemia. Uma população cercada pelos muros e pelas tropas israelenses. Um campo de concentração mantido por quem deveria ser o primeiro a dar exemplo contrário.Imagine-se que a situação fosse oposta e o governo iraniano, por exemplo, tivesse cometido a mesma ação em relação a um comboio de navios com ajuda humanitária a Israel. Seria imediatamente alvo de um bloqueio econômico internacional liderado pelos Estados Unidos que, no mínimo, enviaria tropas para o local.Mas ao receber uma declaração de condenação ao ato pelo Conselho de Segurança da ONU, o que fez o governo de Israel? Disse que a decisão havia sido baseada “unicamente em determinadas imagens televisivas”. Ora, o mundo inteiro até hoje se horroriza com o Holocausto graças às imagens registradas dos campos de concentração. E as imagens enviadas pelos ativistas que estavam na Flotilha da Liberdade são de estarrecer. Não houve confronto entre iguais, houve o ataque de forças armadas contra civis desarmados que resultou na morte de nove pessoas, cujas identidades não haviam sido reveladas pelo governo de Israel até a tarde de ontem.O governo brasileiro, que tem se empenhado firmemente pela paz no Oriente – e que foi criticado pela comprometida mídia brasileira por causa das negociações com o Irã -, pediu o fim do embargo de Israel à Gaza. É o mínimo que o mundo pode esperar diante da barbárie cometida.

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