quinta-feira, 11 de março de 2010

A censura do 'O Globo'

No dia 3 de março vários jornais de circulação nacional divulgaram Manifesto da campanha “Afirme-se!”, em defesa da constitucionalidade das políticas de ações afirmativas e das cotas. A política de cotas está sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal e tem sido alvo de intensa campanha contrária, inclusive por parte de vários órgãos de comunicação. Apenas um dos jornais procurados pela coordenação nacional da campanha não publicou o Manifesto: O Globo.

O jornal, que diariamente condena em editoriais, artigos e matérias o “autoritarismo de Chavez”, a “ditadura cubana”, “o ditador Ahmadinejad”, a “tentativa do governo Lula de impor a censura à mídia brasileira”, simplesmente censurou o manifesto.

Na ação contra o jornal protocolada no Ministério Público do Rio de Janeiro no dia 03/03, a coordenação nacional da campanha argumenta que O Globo privou os seus leitores de ter acesso ao Manifesto. Ou seja: impediu que milhares de brasileiros conhecessem os argumentos dos que defendem a política de ações afirmativas e de cotas.

Para censurar, O Globo usou seu imenso poder econômico. A direção do jornal, após apresentar uma tabela negociada de publicação no valor de R$ 54.163,20 (dentro dos padrões de mercado obtidos pela agência Propeg), mudou de idéia. Depois de ter acesso ao conteúdo do Manifesto decidiu que somente publicaria pelo valor irracional de R$ 712.608,00 !

A coordenação da campanha buscou solucionar o impasse nas 48 horas que antecederam a abertura das audiências no STF, enviando ao setor comercial de O Globo no Rio e a um dos seus diretores uma série de mensagens. Nenhuma delas foi respondida.

O episódio demonstra, mais uma vez, o verdadeiro caráter de uma empresa que cresceu à sombra da ditadura militar e se acostumou, após a redemocratização do país, a dar as cartas na área de comunicação e das telecomunicações. E que não se conforma de ver que esse tempo já passou e o país tem políticas verdadeiramente públicas.

A coordenação da campanha Afirme-se! já está organizando um abaixo-assinado para ser anexado à ação nos próximos dias.

Diretoria Sinttel-Rio

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